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sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Mariza - Chuva

Por tudo o que me deixa Saudade...



As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir

Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir

São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder

Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer

A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera

Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob chuva
há instantes morrera

A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade

Retorno das Letras


Na ânsia absurda e desesperada de querer escrever, de querer soltar de mim o que só as palavras sabem dizer, bloqueio…
No silêncio das letras me escondo, me agacho, me prendo, sufoco e grito…
- Vem a mim tudo o que deixo escorrer entre os dedos, tudo o que permito que levem de mim…
Procuro numa busca incessante e angustiante em cada pedacinho do meu ser aquilo que os meus olhos não me deixam ver
Levo e relevo os dias, as horas, o tempo, o meio tempo, num contratempo
Dou o dito pelo não dito e desdito
Afinal quem sou eu?
Afinal onde pertenço? Não encontro consenso…
Perco-me entre sons perdidos, que não entendo…
O coração combalido coxeia e quase cai…
A incerteza e a indecisão prendo e apreendo…
Não sei para onde esta vida vai…
Afinal o pano cai…
Afinal sou quem sempre fui…
Afinal não me perdi de mim…
Afinal as palavras flúem como sempre…
Afinal encontro o caminho perdido entre os mares do vazio
Afinal sou voz…porta-voz
Afinal sou letra soletrada
Afinal encontro-me agachada nos medos conspurcados, adormecidos e banidos
Afinal sou vida vivida, encontrada, agarrada
Afinal sou simplesmente mais um pouco de tinta num oceano de letras…
Letras que falam
Que gritam
Que dizem
Que transformam
Que constroem
Que vociferam verdades cruas, absolutas e nunca diminutas…
Afinal basta chamar para me encontrar, pois se num mundo não estou noutro estarei
A porta fica aberta…sempre…para sempre…
…e assim…sonharei…