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quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Sou onde não existo


Procuro por mim
Remexo papéis, letras e tinta
Acordo na vida para ver onde ando
Olho pra dentro e procuro uma voz
Que me responda
Que me faça perceber
Como devo viver?
Só as letras me entendem
Quando os corações não o fazem
Só as letras me mostram o dia
Quando a noite teima em ficar
Só as letras me dão paz
Enquanto o mundo insiste em lutar
Só as letras me trazem a solidão
Aquela em que estando sozinha
Estou mais acompanhada que com os demais
Pois é nesta calma, doce e solitária solidão
Que me encontro, me descubro
E sou!!!


Só as letras me trazem o mais belo perfume
Só as letras fazem ecoar o mais belo cântico
Só as letras me transportam a alma
Até um lugar que é tudo e nada
É a luz de mãos dadas com o escuro
É a tristeza abraçada à felicidade…
É a coragem presa pelo desespero
É a dor impressa na alma gritando e calando a esperança
É a compreensão incompreendida
É o som que se abafa pelos uivos do silêncio desconcertante
É o auto encontro desencontrado
É a vida e a morte
E o intermédio
É o que somos, fomos e seremos
É o amor que nos atraca o coração
Que também quebra as cordas e nos leva para longe
É a loucura e a sensatez
O riso e a lágrima
O frio e o calor
Só as letras me fazem caminhar numa gruta escura
Acreditando que encontrarei a luz…
Permaneço assim
Ilusão que respira
Sendo onde não existo
E existindo onde não sou…

2 comentários:

Eliana Mara Chiossi disse...

Gosto do teu modo de perguntar, sobre
o que dá sentido a tua vida, de forma tão poética!

Beijos!

Perturbadoramente questionadora disse...

Feliz ou infelizmente sou uma pessoa muito introspectiva e utilizo essa minha busca interior para fazer o que mais gosto: escrever, traduzindo para as letras o que me vai no coração e na alma...

Obrigada

Beijinho