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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Gotas de Pecado




Amarga-me a boca!
Sinto-a seca…
Tão seca que sabe a cortiça!
Definho por uma gota d’álcool!
A água não me sabe, e é no álcool que me sinto…
Demasiadas emoções embriagadas cambaleiam,
como num compasso, lento e fugidio…
As raízes do desassossego remexem-se na terra,
como prenúncio de tempestade…
A noite, escorraçou o sol com tamanha agressividade,
que já nada se vê diante do espelho…
Pele Seca!
Sangue quente!
Um arrepio dentro de uma garrafa já vazia e tombada…
Um aroma suave e quente aconchega-se,
no silêncio da saudade que as gotas de espírito cantaram…
A espera arde!
Canivete ácido!
Incisão perfeita!
A mente atravessa o breu à procura do líquido sedento,
de uma outra garrafa tombada,
que contaminou toda a água…
com a cor do pecado!

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