Estou sentada
Numa cadeira
Em frente a uma mesa
Num quintal
de amarelas paredes
E um poço
de água salobra
É noite
Há silêncio
O mar
balança-se
ao fundo
Cantam as ondas
As mesmas pautas
repetidas
Transformam-se em espuma
Que invade a areia
e deixa marcas brancas
Fecho os olhos
e sinto
O cheiro,
Sinto o frio
nos pés
A aridez da areia
A rugosidade
das conchas
Já desgastadas
pelas marcas do tempo
Aqui estou
De caneta na mão
A escorregar a tinta
Em folhas muito antes escritas
Com palavras de fumo
E pensamentos de vento
Aqui estou e sou
Sinto, permaneço e vou.
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